
Direção: Tobe Hooper | Roteiro: Kim Henkel e Tobe Hooper | Edição: J. Larry Carroll e Tobe Hooper | Gênero: Terror, Slasher
Se você é fã de filmes de terror, com certeza já ouviu falar de O Massacre da Serra Elétrica (1974). Dirigido por Tope Hooper, o filme se tornou um clássico do gênero slasher. Como acontece com muitas sagas cinematográficas, algumas sequências acabam estragando a narrativa original, e no caso de O Massacre da Serra Elétrica, quase todas as continuações falharam nesse aspecto. Se você ainda não assistiu, talvez seja melhor ler este artigo depois...
Início do Filme
O grupo decide visitar o cemitério onde o avô de Sally e Franklin foi enterrado após ouvirem notícias sobre profanações em cemitérios locais. Depois de confirmar que o túmulo está intacto, eles seguem para a antiga casa dos Hardesty, localizada em uma região remota. No caminho, dão carona a um estranho perturbado que se revela violento e autolesivo, cortando-se com uma navalha antes de ser expulso da van. O incidente abala todos, mas eles continuam a viagem.
A Descoberta da Casa
Com o tanque de gasolina quase vazio e sem dinheiro, o grupo decide parar em um posto de gasolina, mas o proprietário informa que não há combustível disponível. Desanimados, eles decidem explorar a antiga casa da família Hardesty. Kirk e Pam, curiosos, se afastam da casa principal e ouvem o som de um gerador próximo. Eles seguem o som até uma fazenda aparentemente abandonada. Ao entrarem na casa, Kirk é atacado e morto brutalmente por um homem grande usando uma máscara feita de pele humana e empunhando uma motosserra – este é Leatherface, o principal vilão do filme.
Pam, em busca de Kirk, também entra na casa e descobre uma sala cheia de ossos humanos e móveis feitos com partes de corpos. Ao tentar escapar, ela é capturada por Leatherface e pendurada em um gancho de carne, viva, enquanto ele serra o corpo de Kirk.
Jantar dos Horrores
Sally é capturada e levada para dentro da casa, onde é amarrada a uma cadeira feita de ossos humanos. Ela é forçada a assistir a um banquete grotesco em que a família tenta convencê-la a deixar o "Vovô" – um idoso quase catatônico – matá-la com um martelo, uma tradição familiar. Após uma luta frenética, Sally consegue escapar, saltando pela janela e fugindo pela estrada.
A Cena Mais Icônica do Filme
Desesperada, Sally corre pela estrada até encontrar um caminhão que a resgata. Leatherface a persegue, mas é atropelado pelo caminhoneiro, que foge do local. Sally continua a fuga até que outro motorista de caminhonete a leva para longe. Enquanto ela ri histérica no banco de trás, Leatherface fica para trás, balançando sua motosserra furiosamente no ar, em uma das cenas finais mais icônicas do cinema de terror.
O Primeiro Sempre Será o Melhor
Eu tive contato cedo com filmes de terror e suspense, incluindo o gênero slasher. Já assisti a filmes como Sexta-feira 13, Halloween e A Hora do Pesadelo. Produções como essas se tornaram ícones não apenas pela produção, mas pelo impacto histórico, pois foram pioneiras no gênero slasher.

Sempre gostei de filmes com grupos de amigos em florestas – por isso gosto tanto de Pânico na Floresta – e foi por isso que decidi assistir "O Massacre da Serra Elétrica". As cenas não são como as que vemos nos cinemas atualmente; devido ao baixo orçamento, o filme acabou por ter uma abordagem mais "realista". Em alguns momentos, parece que estamos assistindo a um portal proibido da Deep Web. As cenas têm um tom que transmite a sensação de que tudo é real, e apesar dos desafios enfrentados durante as gravações, o resultado é impressionante.
Devo destacar os dois atores fundamentais nesse filme – sem desmerecer o trabalho dos outros – Marilyn Burns, que interpretou Sally, e o lendário Gunnar Hansen, que fez o papel de Leatherface. As cenas em que eles entram em ação são sempre emocionantes e agonizantes, especialmente a cena do jantar, onde Sally é forçada a comer restos humanos. O Massacre da Serra Elétrica é um daqueles filmes em que o vilão não possui uma filosofia ou uma premissa que justifique suas ações cruéis. Leatherface é simplesmente um maníaco, psicopata e com deficiência intelectual – ele nem sequer verbaliza uma palavra durante o filme, o que torna as cenas ainda mais bizarras e horripilantes.
Continuações que Não Deveriam Ter Acontecido
Com uma lista de nove filmes, é inevitável que algumas continuações acabem estragando a obra-prima que foi O Massacre da Serra Elétrica (1974). Não vou citar aqui os oito filmes ruins – embora alguns tenham suas qualidades – mas destaco alguns pontos.
O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986)
Sinceramente, não sei o que aconteceu com este filme. Esperava-se um baixo orçamento, e de fato, foi mal recebido em vários países, chegando a ser proibido e censurado na Alemanha, Reino Unido e Austrália. A continuação parece ter tentado "diminuir" o tom sombrio e realista do original.
Leatherface aparece como um louco desconexo da realidade, com traços de criança em alguns momentos. Isso fez com que o medo e o impacto do personagem fossem perdidos. O filme se assemelha mais a uma comédia do que a um terror – embora existam filmes de terror com toques humorísticos, este parece ter sido escrito por roteiristas frustrados com a comédia stand-up.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno (1995)
Esta continuação foi o auge da destruição do legado criado em 1974. Parece que os roteiristas transformaram uma conversa de bar em um roteiro de filme. Tobe Hooper percebeu que as sequências não estavam sendo bem recebidas e saiu da produção. Neste filme, Leatherface aparece como um personagem patético, sem personalidade e totalmente fútil.
A pior parte é que o personagem é retratado com um problema de identidade, vestindo-se de mulher e adotando gestos femininos. Embora a ideia de explorar a crise de identidade e os problemas intelectuais do personagem fosse interessante, a execução foi uma das piores que já vi. E, para surpresa de muitos, o ator que participou dessa produção não é qualquer um: é Matthew McConaughey, o mesmo ator que estrelou Interestelar (2014). Se o filme anterior foi um verdadeiro show de stand-up, este se revelou um fracasso frustrante.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface (2022)
Se você achou que as continuações anteriores eram ruins, este filme consegue ser uma das piores sequências da saga. Produzido pela Legendary Pictures e distribuído pela Netflix, o filme tenta seguir a linha do original de 1974, ignorando as outras continuações. Embora a ideia de atualizar a trama com assuntos modernos e questões políticas possa ser interessante, o filme falha em equilibrar isso com a abordagem clássica que um slasher deveria ter.
O roteiro, apesar de ter uma ideia promissora, é mal executado. A história se concentra em um grupo de amigos que tenta reconstruir a cidade de Harlow no Texas, onde encontram o bizarro e sombrio Leatherface, que continua vivendo nas sombras desde 1974. Embora tenha alguns momentos que chamam a atenção, o filme destrói a esperança de uma continuação digna do original, com atores que parecem inexperientes e uma execução decepcionante.
Para os fãs do lendário Leatherface assim como eu, esperamos que um dia seja feita uma continuação digna para esse personagem que marcou toda uma geração.